Resumo
de texto
BULBOVAS, Patrícia. Mielomeningocele. Revista Mundo da Inclusão,
São Paulo: Minuano, 2012. n.01, p.08-11.
“Victória é o ar que eu
respiro”. Foi assim que Valdice Nazário começou a responder sobre a filha,
Cristina Victória Nazário da Silva, uma menina de nove anos que tem
Mielomeningocele, com quadros de paralisia cerebral e hidrocefalia associados.
Estudos indicam que uma criança em cada 400 nascimentos tenha alguma
malformação do tubo neural, sendo que, em 85% dos casos, a Mielomeningocele tem
maior prevalência. Mais conhecida como espinha bífida, a patologia
caracteriza-se por impedir que a coluna vertebral exerça sua função primordial,
que é a de proteger a medula espinhal, tronco entre o cérebro e os nervos
periféricos do corpo.
Quando a medula
espinhal nasce exposta, como na Mielomeningocele, muitos dos nervos podem estar
traumatizados ou sem função, sendo que o funcionamento dos órgãos inervados
pelos mesmos (bexiga, intestinos e músculos) pode estar afetado. Pó isso,
geralmente o diagnóstico dos médicos vem acompanhado da notícia de que a
criança raramente Teerã chances de sobrevida.
A mãe conta que quando recebeu a notícia de que Victória tinha essa
malformação foi um choque, porque os médicos disseram que ela não se salvaria,
que o quadro era muito grave.
Hoje, Victória é um
exemplo e está matriculada em escola regular. Ela é aluna do 5º ano do ensino
fundamental, tem ótimo relacionamento com os amigos, com os professores e com a
família. Faz natação, é vaidosa e, apesar das limitações na fala, é muito
comunicativa, principalmente quando se trata do melhor amigo Vitor. Quer ver
tudo, saber de tudo, explorar tudo. E na medida do possível, consegue. Isso
porque tem completa dedicação da mãe, que deixou de trabalhar para cuidar
exclusivamente da filha.
A causa da
Mielomeningocele da Victória é genética, causada pela ausência de ácido fólico
no organismo da mãe durante o período gestacional. Segundo conta Valdice, toda
a sua família tem deficiência na produção desse ácido, porém, Victória é o
único caso com Mielo na família. Ela já passou por intervenções cirúrgicas para
correção do tórax, da medula, e do fêmur, além da contenção da hidrocefalia e
da obstrução intestinal, e há outras previstas para serem realizadas em 2013.
Victória é cadeirante e
faz uso de quatro tipos de medicamentos, que servem basicamente para bronquite
e controle de infecções, laxativos e vitaminas. Além disso, faz acompanhamento
rigoroso na associação de amigos da criança com deficiência (AACD), unidade
Osasco, onde passa por Neurologista, Fisiatra, Fisioterapeuta,Terapeuta
Ocupacional, Urologista, Ortóptico e Ortopedista. Para os médicos houve uma
grande evolução no desenvolvimento da Victória.
Mayrone Prates Buchacra
é Psicopedagoga no Centro de Educação Unificado Zilda Arns Newmann, localizado
na Zona Norte da cidade de Osasco (SP), e acompanha Victória desde 2010. “Ela
não acompanha o ritmo das aulas regulares, e por isso frequenta a sala de
atendimento e educação especial. A aluna vem se desenvolvendo bem nos aspectos
de socialização e interação com outras crianças. Nos casos de inclusão social
de alunos com deficiência, nem sempre o aprendizado do conteúdo pedagógico
preparado para a turma toda é absorvido, más é importante que a criança seja
estimulada a desenvolver outras habilidades e a interagir com o mundo e com
outras realidades, porque todos nós somos únicos”, explica.
Valdice reforça a
importância desse convívio com outras crianças para o bom desenvolvimento de
Victória. “Sempre fui orientada a matricular minha filha em escolas regulares,
que promovessem a inclusão do aluno com deficiência, e tenho certeza de que
isso ajuda muito na evolução do quadro de Victória”, conclui.
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