quinta-feira, 23 de maio de 2013

Resumo de Artigo - Síndrome de Asperger


Resumo de texto

BULBOVAS, Patrícia. Síndrome de Asperger: Gênio ou Mito? Revista Ciranda da Inclusão, São Paulo: Ciranda Cultural, 2011. n.22, p.08-10.


Quem passar apenas uma tarde com João Vitor, vai notar que o seu comportamento oscila entre muita agitação e momentos de introspecção total, quando ele parece se desligar do mundo. Isso acontece porque João Vitor tem Síndrome de Asperger, um transtorno no desenvolvimento que afeta o modo como ele entende e interage com as coisas e pessoas.
A Síndrome foi descrita pelo pediatra Hans Asperger, em 1944, em um artigo chamado Psicopatologia Autística na Infância, mas somente em 1994 teve os critérios necessários para sua identificação definidos.
Quem tem Asperger pode apresentar habilidades extraordinárias em certos assuntos, além de inteligência rara e excelente memória. No âmbito do autismo, Asperger também é conhecida como a Síndrome de gênio. Albert Einstein, Isaac Newton e Mozart são alguns dos nomes citados nas várias pesquisas sobre o tema, como pessoas que tiveram a Síndrome.
Outros aspectos, além da questão da genialidade, precisam ser observados e levados a sério para que o diagnóstico seja preciso e o tratamento adequado seja aplicado. “Realmente, em muitos casos, a pessoa tem inteligência acima da média. Porém, é preciso tomar cuidado ao abordar a Síndrome por esse aspecto, pois, pode parecer que é uma vantagem ter Asperger. Na verdade, ela vem carregada de outras situações que dificultam o desenvolvimento de quem a tem”, explica Marceli Rodrigues, Professora da Rede Municipal de Ensino da cidade de Osasco (SP), que tem como aluno João Vitor Pinheiro da Conceição, estudante do 4º ano do Ensino Fundamental.
João nasceu em 2002 e foi diagnosticado com Asperger em 2006. A mãe, Halliany de Souza Pinheiro da Conceição, começou a observar que ele se comportava de maneira diferente das outras crianças, quando tinha três anos de idade. Como ele é o primeiro filho, só notou a diferença na fase escolar, quando teve oportunidade de observá-lo com outras crianças de sua idade. Ele repetia movimentos, como rodar várias vezes a tampa da panela, ficava repetindo trechos de vídeos e não conseguia manter contato nem com os olhos nem com a fala. Vários médicos foram consultados, más, cada um falava uma coisa, até que um neurologista diagnosticou o autismo do João Vitor.

Halliany é mãe de mais um menino, o Daniel, de apenas 06 meses, e fala com entusiasmo do carinho com que João Vitor trata o irmão, já que na ocasião do diagnóstico de autismo o Neurologista foi taxativo em dizer que João perderia, gradativamente, o interesse pelos pais e amigos, e que não demonstraria mais carinho por ninguém. Para os pais não importaria se João Vitor perderia o interesse por eles e, decidiram que ele seria coberto de amor a cada dia. O resultado é que ele retribui com abraços e beijos inesperados.
Na escola, João também tem se relacionado bem. Segundo as professoras, o aluno está bem integrado com a classe. Quanto ao seu rendimento, as professoras comentam que é satisfatório, e que ele se sobressai em língua portuguesa, apesar de fazer uso da oralidade para demonstrar o que aprende e ter dificuldade em registrar manualmente as coisas.
João aprendeu a ler aos 04 anos, e apresenta sinais de ouvido absoluto (tira as notas musicais sem conhecê-las teoricamente). O menino nunca estudou em escolas especiais. Sua experiência em uma escola infantil particular não foi boa, e então foi matriculado na educação infantil da rede pública de ensino de sua cidade, onde foi prontamente acolhido.
A Diretora da escola de João Vitor, diz que o importante é perceber que dentro de suas limitações, o aspie é uma criança que se desenvolve como qualquer outra na escola e que pode, sim, ser integrado socialmente. A família precisa estar atenta e tratar o assunto com naturalidade, sem fazer com que a criança se sinta diferente. Assim como todas as crianças, o segredo é amar muito, porque elas são capazes de sentir como qualquer outra pessoa.




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