Resumo
de texto
DOREA, Guga. Uma
vivência inclusiva. Revista Ciranda da inclusão, São Paulo: Ciranda
Cultural, 2011. n.21, p.08-11.
Com três anos de idade,
Caio Augusto do Nascimento Bachetta, de Sorocaba, cidade do interior de São
Paulo, contraiu rubéola e pouco tempo depois passou a não falar mais. “Fizemos exames e foi detectada a
deficiência auditiva”, conta a mãe de Caio, Adriana do Nascimento
Bachietta, que desde então, iniciou uma verdadeira epopeia para incluir o filho
no sistema regular de ensino.
Caio estudou em uma
escola estadual que não tinha intérprete de Libras. “Lá houve muita reclamação de que ele batia nos outros alunos e ficava
nervoso. Quando ele tinha 8 anos, conseguimos uma escola em que havia uma
professora com deficiência auditiva. A partir daí, ele teve uma grande melhora
de comportamento, mas ainda ficava na sala sem intérprete e fazia reforço com
essa professora”, conta Adriana.
Apenas no primeiro
semestre de 2011, Caio foi matriculado na Escola Estadual Professor Genésio
Machado, que tem intérprete de Libras na sala de recursos e interlocutoras nas
salas regulares. Ele começou a frequentar a Instituição Integra de Sorocaba,
entidade que promove apoio à inclusão. “Foi
muito importante para toda a família. Antes, a comunicação era muito difícil
era bastante difícil. Ficávamos sem paciência e ele muito nervoso. Mas tudo
mudou. Caio aprendeu Libras, nós também estamos aprendendo, e hoje ele já é
bastante independente”, completa Adriana. “Foi muito difícil no começo, principalmente pela falta de comunicação.
Hoje tenho muitos amigos e estou ensinando Libras para eles. Eu me sinto bem”, arremata
Caio.
Segundo o pedagogo
Alexandre Henrique Elias dos Santos, coordenador de cursos de Libras da
Integra, “Caio entrou na entidade sem
conhecer bem Libras e nem a Língua portuguesa. Depois de aproximadamente oito
meses, ele já estava alfabetizado em Libras, mesmo sendo uma Língua de
aprendizado contínuo. Atualmente ele está sendo alfabetizado na Língua
portuguesa, por meio de atividades adaptadas. A Libras o fez desenvolver sua
autonomia, e com o apoio da família fica tudo mais fácil”, enfatiza o profissional.
Para a vice-diretora da escola Genésio Machado, Eliane Aparecida Rodrigues
Arruda, “a inclusão estabelece uma troca
de experiências muito positiva entre os alunos que estão chegando e os que já
estavam. Muitos deles estão aprendendo Libras porque querem se comunicar”.
“Nós acreditamos que as pessoas, de um modo geral, tenham de conhecer
Libras”, acrescenta a também pedagoga e coordenadora pedagógica da Integra,
Alessandra Melo de Carvalho.
Segundo ela, o número
de pessoas interessadas em aprender Libras tem aumentado bastante nos últimos
tempos. “Professores, Farmacêuticos,
Psicólogos e Advogados, entre outras categorias profissionais, estão procurando
aprender. E isso é positivo, pois, sem comunicação não há integração.”
Segundo a professora e
intérprete da sala de recursos da Escola Genésio Machado, Silvana Rodrigues
Chibani, Caio ainda tem alguma dificuldade para elaborar textos utilizando a
Língua Portuguesa. “Mas isso é típico da
deficiência auditiva. A Libras é o alicerce necessário para que eles cheguem à
Língua Portuguesa e o Caio, além de um ótimo vocabulário em Libras, já está
dando os seus primeiros passos rumo à oralização”, conclui Silvana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário