quinta-feira, 23 de maio de 2013


Resumo de texto

SANTOMAURO, Beatriz. Prática pedagógica: Turma Heterogênea. Revista Nova Escola, São Paulo: Editora Abril, Setembro, 2012. n.255, p.44-51.


Na escola do passado, quem não se adequava às expectativas do professor era pouco a pouco excluído e só os bem-sucedidos permaneciam. Hoje, as salas têm alunos de variadas realidades econômicas, culturais e sociais. Não faz mais sentido excluir os que não aprendem de forma esperada, em um tempo pré-estabelecido.
Para Lino de Macedo, Docente da Universidade de São Paulo (USP), alguns professores ainda sentem saudades do que podia ser controlado pela exclusão e pela homogeneidade. Mudar esse paradigma é o grande desafio atual.
A questão é atual, más, já foi colocada em destaque muitos anos atrás pelo psicólogo bielorrusso, Lev Vygotsky (1896-1934). No livro A Formação Social da Mente – O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores, ele esclarece que o educador deve ter estratégias diferenciadas para atender os alunos, já que todos não detêm os mesmos conhecimentos nem aprendem de forma igual.
Admitir a heterogeneidade como uma característica não é o mesmo que lidar com ela na prática, e muitos questionamentos permeiam o dia a dia de quem ensina. Como apresentar um novo conteúdo se uma parte dos estudantes ainda não aprendeu o previsto? É melhor garantir o aprendizado de todos, desacelerando as aulas ou seguir o currículo mesmo que só alguns acompanhem? Saiba que todas essas dúvidas têm respostas que por sua vez indicam um caminho: aprimorar os critérios didáticos para enfrentar o problema.
No livro, A Prática Educativa: Como Ensinar, Antonio Zabala, especialista espanhol em filosofia e psicologia da educação, explica: “Em cada caso, utilizamos uma forma de ensinar adequada às necessidades do aluno. Segundo as características de cada um, estabelecemos um tipo de atividade que constitui um desafio alcançável, mas um desafio, e, depois, lhes oferecemos a ajuda necessária para superá-lo”.
A essa consideração, você precisa aliar o que os estudantes já sabem e definir os objetivos a serem alcançados por eles. No decorrer do processo, fazer sondagens para acompanhar a aprendizagem ajuda a identificar quem está ficando para trás, o que cada um compreendeu e revela o que precisa ser alterado no planejamento. “É fundamental saber lidar com um aluno que diz: não entendi. Não adianta repetir a explicação. Ele precisa de outros recursos ou acessar a informação de um jeito diferente”, diz Maria Auxiliadora Megid, docente da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC- Campinas).
Lembre-se de que os saberes da garotada são provisórios e o avanço depende, mais uma vez, da maneira de trabalhar os conteúdos e do jeito que você propõe a interação entre os pares. A variedade deve ser reconhecida e valorizada, inclusive pelos próprios alunos. Essa postura impulsiona a aprendizagem, conforme as Argentinas Delia Lerner e Patrícia Sadovsky, explicam em Didática da Matemática: “Em uma discussão, as argumentações dos colegas abrirão um caminho até a resposta. Formular uma nova pergunta constitui uma aprendizagem porque é o ponto de partida para a elaboração de um novo conhecimento”.









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