Resumo
de texto
SANTOMAURO, Beatriz. Prática pedagógica: Turma Heterogênea.
Revista Nova Escola, São Paulo: Editora Abril, Setembro, 2012. n.255, p.44-51.
Na escola do passado,
quem não se adequava às expectativas do professor era pouco a pouco excluído e
só os bem-sucedidos permaneciam. Hoje, as salas têm alunos de variadas
realidades econômicas, culturais e sociais. Não faz mais sentido excluir os que
não aprendem de forma esperada, em um tempo pré-estabelecido.
Para Lino de Macedo, Docente
da Universidade de São Paulo (USP), alguns professores ainda sentem saudades do
que podia ser controlado pela exclusão e pela homogeneidade. Mudar esse
paradigma é o grande desafio atual.
A questão é atual, más,
já foi colocada em destaque muitos anos atrás pelo psicólogo bielorrusso, Lev
Vygotsky (1896-1934). No livro A Formação Social da Mente – O Desenvolvimento
dos Processos Psicológicos Superiores, ele esclarece que o educador
deve ter estratégias diferenciadas para atender os alunos, já que todos não detêm
os mesmos conhecimentos nem aprendem de forma igual.
Admitir a
heterogeneidade como uma característica não é o mesmo que lidar com ela na
prática, e muitos questionamentos permeiam o dia a dia de quem ensina. Como
apresentar um novo conteúdo se uma parte dos estudantes ainda não aprendeu o
previsto? É melhor garantir o aprendizado de todos, desacelerando as aulas ou
seguir o currículo mesmo que só alguns acompanhem? Saiba que todas essas
dúvidas têm respostas que por sua vez indicam um caminho: aprimorar os
critérios didáticos para enfrentar o problema.
No livro, A
Prática Educativa: Como Ensinar, Antonio
Zabala, especialista espanhol em filosofia e psicologia da educação, explica: “Em cada caso, utilizamos uma forma de
ensinar adequada às necessidades do aluno. Segundo as características de cada
um, estabelecemos um tipo de atividade que constitui um desafio alcançável, mas
um desafio, e, depois, lhes oferecemos a ajuda necessária para superá-lo”.
A essa consideração,
você precisa aliar o que os estudantes já sabem e definir os objetivos a serem
alcançados por eles. No decorrer do processo, fazer sondagens para acompanhar a
aprendizagem ajuda a identificar quem está ficando para trás, o que cada um
compreendeu e revela o que precisa ser alterado no planejamento. “É fundamental saber lidar com um aluno que
diz: não entendi. Não adianta repetir a explicação. Ele precisa de outros
recursos ou acessar a informação de um jeito diferente”, diz Maria
Auxiliadora Megid, docente da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(PUC- Campinas).
Lembre-se de que os
saberes da garotada são provisórios e o avanço depende, mais uma vez, da
maneira de trabalhar os conteúdos e do jeito que você propõe a interação entre
os pares. A variedade deve ser reconhecida e valorizada, inclusive pelos
próprios alunos. Essa postura impulsiona a aprendizagem, conforme as Argentinas
Delia Lerner e Patrícia Sadovsky, explicam em Didática da Matemática: “Em uma discussão, as argumentações dos
colegas abrirão um caminho até a resposta. Formular uma nova pergunta constitui
uma aprendizagem porque é o ponto de partida para a elaboração de um novo
conhecimento”.
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